Saiba como o esgoto humano afeta os oceanos; conheça alguns dos impactos desse problema nos seres humano e na biodiversidade marinha
O esgoto não tratado é um problema mundial que deve ser combatido o quanto antes, já que seu potencial destrutivo no meio ambiente é enorme. Entre os ecossistemas mais afetados estão os oceanos, cujo equilíbrio ecológico é bastante delicado.
Os impactos do esgoto humano nos oceanos são inúmeros, afetando habitats marinhos e toda a sua biodiversidade.
Pensando no quão importante é entendermos os impactos do esgoto humano nos oceanos, no artigo de hoje falaremos tudo sobre esse problema
Entenda mais sobre o esgoto humano e seus impactos no ecossistema marinho
O esgoto humano nos oceanos é capaz de introduzir patógenos causadores de doenças e nitrogênio no oceano, o que pode, potencialmente, afetar a saúde humana, os ecossistemas costeiros e, claro, as comunidades que dependem desse ecossistema, como as pessoas que vivem da pesca, por exemplo.
Podemos afirmar, então, que os esgotos a céu aberto nas praias contribuem para que vírus, bactérias, fungos e outros micro-organismos se desenvolvam na água e na areia. Como resultado, a população fica mais facilmente contaminada e desenvolve doenças, como disenteria, infecções de pele, entre outras.
Apesar de tudo isso, a maioria das pesquisas sobre o impacto dos seres humanos nos ecossistemas marinhos/costeiros se concentrou no escoamento agrícola, deixando de lado as investigações sobre o esgoto humano
A fim de melhor entender e demonstrar o impacto do esgoto nos oceanos, Tuholske e colegas conduziram uma análise na qual estimaram e mapearam as entradas de nitrogênio e patógenos no oceano a partir de esgoto para cerca de 135.000 bacias hidrográficas em todo o mundo.
Entenda a pesquisa sobre o esgoto humano nos oceanos
Uma recente análise de mapeamento de alta resolução estimou as quantidades de nitrogênio e patógenos liberados nos ecossistemas costeiros a partir do esgoto não tratado.
O Dr.Cascade Tuholske (afiliado à Columbia Climate School) e colegas da Universidade da Califórnia, Santa Bárbara, apresentaram esta pesquisa na revista de acesso aberto PLOS ONE.

A análise sugere que as águas residuais do esgoto humano introduzem, anualmente, 6,2 teragramas de nitrogênio nos ecossistemas costeiros. Para efeitos comparativos, isso representa cerca de 40% dos insumos estimados da agricultura.
Os dados revelaram que 63% do nitrogênio é de sistemas de esgoto, 5% de sistemas sépticos e 32% de entrada direta não tratada.
Esses dados são alarmantes, uma vez que essa quantidade enorme pode levar à eutrofização e ao surgimento de zonas mortas, entre outros problemas.
A segunda grande descoberta é que a entrada de águas residuais nas águas costeiras é altamente variável. Quase metade de toda a entrada vem de cinco países e cerca de 10 grandes bacias hidrográficas diferentes.
De acordo com os dados obtidos, as bacias hidrográficas que parecem liberar mais nitrogênio do esgoto, a maioria está localizada na Índia, Coréia e China, com o rio Chang Jiang (Yangtze) contribuindo com 11% do total global.
Além disso, os pesquisadores também identificaram pontos críticos para exposição de recifes de corais ao nitrogênio em países como China, Quênia, Haiti, Índia e Iêmen. Pontos de exposição de ervas marinhas foram encontrados em países como Gana, Kuwait, Índia, Nigéria e China.
Por fim, os rios Chang Jiang e Brahmaputra têm a maior entrada de patógenos.
O esgoto humano no Brasil
O Brasil, apesar de não ser citado na pesquisa, com certeza não está em boas condições. Isso porque pouco menos da metade dos brasileiros ainda não contam com saneamento básico, o que representa mais de 100 milhões de pessoas.
Esses dados, claro, mostram como os rios e regiões costeiras estão expostas ao esgoto humano e seus impactos.
Esgoto humano nos oceanos: um problema que deve ser combatido
Agora que conhece mais sobre os impactos do esgoto humano nos oceanos, com certeza fica mais fácil entender por que é tão importante investir em métodos para combater esse problema.
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